sexta-feira, 27 de maio de 2022
Exposição
Escrever
Sentir
Confissões
quarta-feira, 18 de maio de 2022
Amor
Sobre ti
Permitir
Sentirresaquiar
Sobre amor
Quero voltar a falar de amor com você - mas eu me impus a condição de proibir as longas horas que trocávamos discutindo coisas simples, e que você me mostrou serem as mais importantes. Sinto falta de ficar feliz a teu lado, e de rir da sua cara, depois de você tirar onda da minha. Era muito bom desafiar as nossas habilidades e testar quão melhores poderíamos ser em um confronto tão simples e tão unido que era uma permissão de aprofundar-se um ao outro.
Após este longo período sem ti, sinto que entendi melhor algumas das coisas que outrora você tentava me mostrar, e me lembro nos ínfimos detalhes coisas que nunca tiveram relação direta com você.
Deixar um amor viver sua vida não é tão simples assim. E esse poema não pertence a um só dono, mas a todos que já amei e continuam aqui comigo de algum modo impactando minha existência e me fazendo sentir dor neste momento. Ausência de vocês está cada dia mais difícil, especialmente por estar tão só nesse lugar desconhecido. Obrigada por me fazerem sentir saudade do que foi bom, me seguro nisso para entender que esse momento difícil mais uma vez vai passar. Claro, não serão vocês que me acolherão, serão outros, mesmo sendo também vocês.
18/04/2022
Utinga
Abandonos
Sobre voos
Aquelas...
Que causam calafrios e não são ditas (ou assumidas) por aí
Eu sei
Elas ficam bem só nesse lugar imagético
Até
Porque transpostas precisam de mais que você
E os outros
Inferno
Então não funciona manter o script que existe em sua ideia se você não for bom diretor de si e dos infernos. Descobri com o tempo que nem o meu roteiro eu consigo seguir
Imagine agora a minha frustração adolescente em tentar seguir o bando - e eu nunca tive asas. Ficava por terra, olhando o voar daqueles que tão bem (ou tão desajeitadamente) podiam viajar do alto. Eu, ficava aqui.
Permaneço.
Sei que existem meios, mas não me incomodo tanto com o fato de que sou bicho do chão, que ama sua toca e consegue ter sempre algum estoque de fruta e quando pode, sobe e observa a realidade em cima de uma árvore.
Já fui levada de carona, mais de uma vez. Na primeira, fiquei muito assustada e demorei em querer fazer novamente. Outras vezes me derrubaram no chão. Jurei nunca mais acreditar nos pássaros, mas quando um corvo me estendeu a mão eu entendi que as quedas - quase sempre- aconteceram porque eu, muito excitada com o voo havia me movido demais e machucado meu guia.
Não sabia disso antes, nunca tinha olhado pra mim
Disseram que meu tipo tem um nome
- sou um porco! - retruquei.
Olhei finalmente com calma, e me vi repleta de espinhos.
06/12/21
terça-feira, 17 de maio de 2022
Dinóss
Há dinossauros na academia
E na cultura
E nos afetos
Tiranossauros que possuem braços curtos e não alcançam a realidade e não podem tocá-la sem destruir tudo ao redor
Porque os pés são muito grandes
E também os dentes
E tocam com descambalacho, destroem as flores e as pedras que perpassam seus caminhos
E nos matam de re pen te
E nos surpreendem com sua cauda e dentes
Não notam enquanto atropelam os sonhos transeuntes
E continuam a gritar, por nem se darem conta da grande desgraça que provocam
Há como sair ileso de interações?
A eternidade das relações nos diz que sempre afetamos e somos afetados. Mas e quando não se percebe maltratar, porque os problemas são outros e os olhos são muito pequenos e angulados de forma a não enxergar o chão...
Morte aos dinossauros não resolve o problema das pequenas criaturas, elas continuarão se devorando.
Tampouco deverá desistir da fuga
Corra, sobreviva. Mas antes de tudo, sinta os momentos de contemplação que lhe forem bons, pois é neles que você vai querer voltar quando tudo estiver findado
Seja sob a pata, seja atravessado por flechada.
02/12/2021
segunda-feira, 16 de maio de 2022
Não é
Esse não é um texto sobre mim, porque já morri
Como pode alguém escrever no pós vida?
Estando morta
No entanto
As possibilidades de morte se esgotaram
E agora mesmo a procrastinação não tem o mesmo gosto de antes
De desespero
De falta
Agora, morta, consigo encarar mais
E melhor?
As coisas cotidianas e me ludibriar com coisas vãs
Sem me sentir tão errada ou desperdiçada dentro delas
Morta
Fica mais claro o que realmente quero fazer
Sinto melhor a expressão de todos os arranjos que me trouxeram aqui
E que puseram fim a minha vida
E não sinto vontade de culpá-los
Mas não há perdão
Simplesmente aconteceu
Agora posso escancarar ao vento todos os meus diagnósticos
E enfrentar os sintomas com prazer
Pois morta, não consigo mais fracassar
E isso me faz viver muito mais feliz.
02/11/2021
Sobre gostos
Eu gosto de gente
Gosto
Mas não entendo muito bem quando dizem certas coisas
Então entrei numa graduação e estudei sobre elas,
Me dei conta mais de mim, quando fiz parte do processo de me conhecer
Que gostando tanto de gente acabei por olhar demais para todos
Pouco para mim
E isso, pode ter sido um dos dilemas fatais que me intoxicaram e me lavaram (como uma terra descampada) e me deixaram sem rastros e sem firmamento
A perdição que tantas vezes me encontrei(o) permitiu algum interesse nesse tópico
E tentar entender parece que fará sempre parte do meu processo
Mas agora
Vivo
E consigo melhor ouvir e melhor entender
Quando - equivocadamente - tento medir com a régua do futuro,
O que existiu no passado.
A você, mesmo que não te entenda e consiga rapidamente ler as entrelinhas do que me diz, deixo meu registro: de gente, eu gosto.
02/12/2021
2013 - 2022
Retornei.
Não que alguém tivesse de fato notado que fui embora, afinal quem além de mim lê esse blog?
Mas achei por bem voltar, visto que no último ano tenho escrito com "constância" novamente e penso que será uma ótima maneira de me divertir ao ler novamente essa trajetória daqui alguns anos.
Os próximos textos já foram escritos e postarei a data original deles ao final de cada um.
Por hora é isso. Manterei o nome do blog e por enquanto, a estética dele também. Quando a disposição vier, quem sabe ela mude.
Boa vida!
Camila O.