quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Ei, moça do cabelo negro flutuante!


Apareceu-me em um delírio dizendo não acreditar em minha insanidade.
Retruquei-te em mim: Diz isto porque é mais insana, tanto que não aceita o frescor da chuva química sobre suas orelhas!
Há pouco meus dedos derramaram essa poça vermelha de razão sobre esse papel. (Você vê a poça e o papel aqui, eu sei que sim, pois eu também vejo, não me nego mais).
Por que só você?
Dizendo eu te amo, mandavam-me a caminho do rochedo mais alto da ilha, o lugar de maior proteção, onde eu seria suprema e inalcançável para qualquer um dos medos que mutilavam toda a carne pulsante do vale.
Desejei mastigar, lentamente, cada medo.
_Uma prova de loucura! _Gritaram os que me amavam em minha previsão.
Tive os olhos substituídos por pregas vocais:_ De fato é um serviço para loucos!
_Talvez para loucos. Certamente para você. Proteja-se junto à miséria e não seja comida de medo ou faça dele sua refeição. Existem próteses pras partes que ele arrancar. _Você me fitava.

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